O futuro das capivaras que habitam a orla da Lagoa da Pampulha começou a ser traçado nesta quinta-feira (21). A expectativa do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) é de que nos próximos 15 dias o destino dos roedores sejam definido. O prazo foi fixado por representantes do órgão, da Prefeitura de Belo Horizonte e do Ibama, que marcaram para 6 de outubro a conclusão do Termo de Referência sobre os hospedeiros do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa.
O documento, conforme explicou a promotora de Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e Cultural Lilian Marrota, irá detalhar não só o destino dos roedores, mas também de outros animais como cavalos, cães, gatos e jacarés. "O plano não pode ser focado em um único animal. Se focar em um único animal não estamos resolvendo o problema da saúde pública", declarou.
A presença das capivaras na região da Pampulha voltou à discussão nos últimos dias após a morte de um menino de 10 anos por febre maculosa. O local do contágio da doença ainda está sendo investigado pelas autoridades, contudo, a criança frequentou o Parque Ecológico da Pampulha dias antes de sentir os primeiros sintomas da doença.
Segurança
De acordo com Marrota, o MP exige que o plano técnico conste todos os possíveis impactos das medidas adotadas com um possível manejo dos animais para não provocar um desastre ambiental. "Tomar uma decisão rápida pode atender o anseio da população, mas pode causar um risco maior a essa mesma sociedade", alertou.
Polêmica
A polêmica envolvendo as capivaras da Pampulha se arrasta há anos. A prefeitura tenta retirar os roedores da região e chegou a remanejar os animais para uma área fechada. Porém, após a mortandade dos bichos, no início deste ano a Justiça Federal mandou liberá-los na orla da lagoa.
Na época, 14 animais foram soltos e nenhum apresentava bactéria de febre maculosa. A PBH recorreu e, desde março, batalha para reverter a decisão para voltar a alojar as capivaras na Fundação Zoo-Botânica de BH.
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