Uma obra do escultor e maior mestre do barroco nacional Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi entregue nesta quarta-feira (16), ao Museu de Arte Sacra de Mariana, após ser restaurada pelos especialistas da Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte. A escultura Sant’Ana Mestra foi encomendada para compor a arte sacra da Capela de Sant’Ana, na Chapada de Ouro Preto, na região Central de Minas.
Além desta, outras duas esculturas que datam do século XVIII também irão retornar às suas paróquias de origem ainda em fevereiro. A representação de São Joaquim voltará para a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Raposos. Já a de São Manuel será entregue à Paróquia de Nossa Senhora do Bonsucesso, em Caeté. Todas as obras foram retiradas de suas paróquias e do museu para que fossem restauradas.
De acordo com a Casa Fiat de Cultura, o restauro das peças contou com o acompanhamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que preparou um guia com orientações de conservação das obras.
Sant’Ana Mestra
(Divulgação / Casa Fiat de Cultura)
A obra já havia sido restaurada em 1960. Desta vez, ela passou por um processo de descupinização, que foi realizado por meio de tecnologia de ponta com gases inertes. Nas fotos infravermelho foi possível perceber que a sobrancelha alta e bem delineada, e com o Raio X descobriu-se que os olhos bem como o cabelo em curvas sob a testa, como uma franja, estavam cobertos por massa. Todos esses traços, característicos de Aleijadinho, foram recuperados.
São Manuel
(Divulgação / Casa Fiat de Cultura)
Os restaurados descobriram que a pintura da obra de São Manuel foi identificada como original. A imagem passou por uma limpeza com diferentes tipos de produtos específicos, e foi preenchida com resina própria para reparar as junções de madeira, as fissuras e rachaduras que ocorreram com o tempo. Além disso, a obra também teve que passar por um processo de descopinização.
São Joaquim
(Divulgação / Casa Fiat de Cultura)
Em São Joaquim, percebeu-se por meio de fotos ultravioletas e infravermelhas, que a pintura mais antiga já havia sido removida, e a atual completou 100 anos em 2021. Na obra, o principal trabalho foi de preservar essa pintura centenária, mas ela também foi descupinizada.