Sem redução no valor da tarifa

PBH oferece subsídio de R$163 milhões se empresas aumentarem número de viagens de ônibus

Gabriel Rezende
Grezende@hojeemdia.com.br
05/05/2022 às 19:14.
Atualizado em 09/05/2022 às 15:28
Reunião pode dar fim ao impasse sobre preço de tarifas de ônibus na capital (Gabriel Rezende)

Reunião pode dar fim ao impasse sobre preço de tarifas de ônibus na capital (Gabriel Rezende)

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ofereceu um subsídio de R$ 163,5 milhões, relativo ao período de maio de 2022 a abril de 2023, para aumentar o número de viagens de ônibus na capital.

A quantia equivale a R$ 13 milhões mensais para concessionárias do transporte convencional e R$ 625 mil para o transporte suplementar. O tema está em debate em reunião nesta quinta-feira (5).

Participam do encontro o Grupo de Trabalho para Discussão da Mobilidade Urbana de Belo Horizonte (GT-MOB-BH) que desde abril vem se reunindo com vereadores para chegar a um consenso sobre o projeto do transporte público, que foi retirado de tramitação pelo Executivo.

Na reunião desta quinta-feira, o debate foi ampliado e além da PBH e de parlamentares  — entre eles a presidente da Casa Legislativa, Nely Aquino (Podemos) — o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da capital mineira (Setra-BH) foi convidado para ver se o impasse sobre a tarifa chega ao fim.

O Ministério Público de Contas do Estado de Minas Gerais, por meio do procurador Gladyson Santo, apresentou dez condicionantes que devem ser seguidas pelas empresas para que o subsídio seja aprovado. O objetivo é acordar que eventuais descumprimentos resultem em cancelamento do subsídio. 

O primeiro ponto das condicionantes é o aumento de no mínimo 30%, em relação ao número registrado em março de 2022, no número de viagens em dias úteis.  Além disso, as viagens em horário noturno devem retornar à média registrada no trimestre compreendido entre novembro de 2019 a janeiro de 2020, antes da pandemia de Covid-19. 

O valor das passagens também é debatido. A contrapartida prevê que "as empresas de ônibus renunciem a eventual direito de aumento do valor das tarifas durante o tempo em que durar o subsídio". Com isso, a passagem deve ser mantida em R$ 4,50 — o projeto não prevê redução do preço das passagens, como  sugerido em projetos anteriores, endereçados ao Legislativo e que previam diminuição de R$ 0,20 nos bilhetes. 

Vale lembrar que há um mês, em 5 de abril, a Justiça de Belo Horizonte acolheu pedido do Setra-BH e determinou a implantação do reajuste anual das passagens. À época, o novo valor não foi determinado pelo tribunal, mas o prefeito Fuad Noman afirmou que a tarifa poderia chegar a R$ 5,75, sem o subsídio.

Outro ponto discutido é que as empresas de ônibus deverão renovar a frota, de forma que os veículos não ultrapassem 10 anos de uso. 

Caso haja acordo com as empresas de ônibus, a Prefeitura enviará o projeto do subsídio à Câmara Municipal.

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