Sem Metrô no Carnaval

Por unanimidade, metroviários de BH decidem manter a paralisação total até segunda

Pedro Faria
pfaria@hojeemdia.com.br
18/02/2023 às 13:20.
Atualizado em 18/02/2023 às 13:33

A greve dos metroviários, que paralisou o serviço em BH desde a última quarta-feira (15), vai continuar, pelo menos, até esta segunda-feira (20), quando uma nova assembleia do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro) vai discutir a situação.

Após reunião realizada na manhã deste sábado (18), na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no Floresta, região Oeste leste da capital, o Sindimetro optou por manter a paralisação sem aderir à escala mínima.

Os trabalhadores pedem garantias de que os empregos serão mantidos após o fim do processo de privatização do serviço em BH.

Também neste sábado, em visita ao Centro Integrado de Operação da PBH, o prefeito Fuad Noman (PSD) criticou a greve, dizendo que o metrô teria mesmo que ser privatizado caso a paralisação não afete a movimentação dos foliões no Carnaval. 

Entenda a greve
Mesmo após o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Regional (TRT-3) determinar que os metroviários mantenham escala mínima de 70% no funcionamento do serviço, os servidores optaram por não aderir à redução e fazer a paralisação total.

Durante a reunião de conciliação realizada na sede do TRT, na última terça-feira (14), o Ministério Público do Trabalho (MPT) sugeriu a criação de um grupo especial de atuação no âmbito da Procuradoria-Geral do Trabalho, em Brasília (DF). A ideia é abrir uma instância de diálogo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e demais órgãos e entidades com competência decisória sobre as relações de trabalho dos empregados.

O movimento grevista reivindica o cancelamento do leilão do metrô da capital. O Grupo Comporte – que reúne empresas de transporte rodoviário e urbano de passageiros, cargas e turismos – venceu o leilão de concessão realizado em 22 de dezembro na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), com lance único de R$ 25,75 milhões. Eles também querem garantias de que os mais de 1,6 mil empregos afetados pela privatização sejam mantidos.

Os metroviários reclamam que não foram ouvidos durante o processo de elaboração do edital de concessão do serviço em BH e temem a falta de estabilidade após a desestatização.

Na audiência de conciliação no TRT-3, o desembargador César Pereira Machado Júnior solicitou que os metroviários suspendam a mobilização, e determinou ainda o funcionamento de 100% do serviço de segurança metroviária, em período integral. 

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