Repasse às empresas estipulado para o ano que vem é inferior ao de 2023
(Valéria Marques / Hoje em Dia)
Um aumento do preço da passagem de ônibus em Belo Horizonte não está descartado pelo prefeito Fuad Noman (PSD). O possível reajuste voltou a ganhar força nos últimos dias em meio à definição de repasse menor às empresas do transporte público em 2024.
“Não tem nada definido ainda. Única coisa que eu asseguro é que jamais vamos falar em R$ 7. Quem falou isso disse bobagem”, afirmou Fuad, durante entrevista à rádio Itatiaia, nesta terça-feira (12).
Nessa segunda-feira (11), o Orçamento da PBH para o ano que vem foi aprovado pela Câmara Municipal, com rombo de R$ 180 milhões.
O novo subsídio ao transporte público considerado previsto é de R$ 392 milhões. O valor é cerca de 25% menor do que o repasse deste ano, de mais de meio bilhão de reais, que ajudou a manter a passagem em R$ 4,50.
“Vamos ver quanto o sistema comporta de pagamento (às empresas). Depois desse custo apurado, vamos ver o custo da passagem. Espero que não tenha aumento. Mas se tiver, será pouca coisa”, acrescentou Fuad.
Novela das passagens
O PL 538/2023, que voltou com o preço das passagens de R$ 6 para R$ 4,50, foi aprovado pela Câmara Municipal em junho deste ano, após várias discussões entre o Legislativo e o Executivo.
O imbróglio durava desde abril, quando uma decisão judicial em favor do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) determinou o reajuste.
Para reduzir o valor, a PBH e a Câmara aceitaram repassar R$ 512 milhões às empresas de ônibus em troca de uma série de obrigações, como cumprimento do quadro de horários, substituição de uma parcela da frota, veículos com ar-condicionado, manutenção adequada e limpeza.