(Reprodução Facebook)
Três seguranças que trabalhavam na boate Hangar 677 no dia em que o fisiculturista Allan Guimarães Pontelo morreu dentro da casa de eventos foram detidos nesta terça-feira (24). As prisões temporárias por 30 dias foram ordenadas pela Justiça. A informação é do advogado Ércio Quaresma, que representa a empresa CY Security, responsável por fornecer os funcionários que atuaram no estabelecimento.
Os três detidos foram encaminhados para a Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). De lá, eles serão transferidos para o Instituto Médico Legal (IML), onde vão ser submetidos a exames de corpo de delito e, posteriormente, levados para uma unidade prisional.
A Polícia Civil confirmou que realizou operação nesta manhã referente ao caso. Porém, não deu detalhes sobre as prisões, os resultados dos laudos ou a conclusão do inquérito. "As investigações seguem em sigilo e outras informações serão repassadas somente na conclusão do IP", limitou-se a corporação.
A Hangar foi procurada pela reportagem, mas ainda não se manifestou.
'Ilegal'
Para Quaresma, que defende dois dos suspeitos, a prisão é arbitraria e desnecessária. "Não vi nenhum elemento que justificasse as prisões", declarou ao alegar que todos são primários, têm residência e emprego fixo. "No Brasil a moda é prender e ver o motivo depois", sentenciou.
Segundo o advogado, quatro seguranças foram indiciados, mas somente três foram encontrados neste manhã. Um deles, que portava uma arma no dia do caso, e que não é cliente de Quaresma, chegou a ser preso à época, mas foi solto pelo delegado. Os outros haviam prestado depoimento e sido liberados.
Um perito foi contratado para assessorar a defesa.
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Versões
Aos 25 anos, Allan morreu sob circunstâncias ainda nebulosas. A versão dos seguranças da boate é de que o rapaz foi flagrado usando drogas no banheiro do estabelecimento, localizado no bairro Olhos d'Água, região do Barreiro. Ao tentar fugir do local, saltando as grades de contenção, o fisiculturista já teria caído desacordado.
Já a família de Allan garante que ele foi espancado pelos seguranças. “Ele sofreu traumatismo craniano. Foi preciso fazer um enxerto no crânio para colocá-lo no caixão. Ele teve o nariz e dentes quebrados, ficou com o rosto deformado. Ninguém o reconheceu durante o velório”, afirmou a fotógrafa Marcella Paiva, namorada de Allan, logo após morte do jovem.
No Boletim de Ocorrência registrado pela Polícia Militar no dia da morte, constou que o corpo apresentava escoriações, manchas de sangue nos pés e na boca, além das roupas rasgadas.
Droga
Laudos toxicológico e de alcoolemia realizados no corpo do estudante de educação física comprovaram que ele não fez uso de drogas nem álcool no dia em que morreu. Contudo, foi detectada uma substância, a cetamina, que é usada como anestésico para procedimentos cirúrgicos, sedação e analgesia.