(Maurício Vieira)
Semáforos sonoros, utilizados para facilitar a travessia de pedestres com deficiência visual em cruzamentos de Belo Horizontes, não estão funcionando. O problema nos equipamentos não se resume à falta de manutenção. Um edital de licitação que previa a instalação de 500 novos aparelhos na cidade foi suspenso em junho e reaberto apenas na semana passada.
Para quem depende dos aparelhos, a situação representa perigo ao andar pelas vias. A equipe de reportagem do Hoje em Dia esteve em alguns locais na capital e constatou que 12 dispositivos não estavam emitindo os alertas que sinalizam ao cego o momento certo para atravessar.
A Savassi, na Centro-Sul, foi a região em que mais problemas foram encontrados. Lá, as falhas foram identificadas em dez semáforos instalados no cruzamento das ruas Fernandes Tourinho e Alagoas com a avenida Getúlio Vargas e na esquina da via com a Contorno. “Está sem funcionar desde a semana passada”, contou o funcionário de uma loja de calçados da região.
No bairro Funcionários, a mesma falha foi identificada no entroncamento das avenidas Cristóvão Colombo e Brasil. Entre os prédios do Circuito Cultural Banco do Brasil (CCBB) e o Edifício Niemeyer, na Praça da Liberdade, um sinal específico aos deficientes visuais também não estava emitindo os sons.
Arriscado
Coordenador do Movimento Unificado de Deficientes Visuais (Mudevi), Willian Nascentes lamenta a situação. “Mesmo com o sinal sonoro já é difícil, perigoso atravessar”, diz.
Para ele, todo equipamento eletrônico é passível de falha, mas os problemas precisam ser resolvidos. “A BHTrans precisa adotar uma maneira de monitorar melhor esses semáforos para que a pane seja identificada e corrigida de maneira ágil”, acrescentou.
Willian Nascentes também ponderou sobre a urgência na instalação de novos dispositivos na capital. “O adiamento da licitação foi prejudicial. Esses 500 semáforos, o quanto antes foram instalados, seriam muito importantes para nos dar mais segurança e autonomia nas travessias”.
Manutenção
Em nota, a empresa que gerencia o trânsito da metrópole garantiu que uma equipe técnica irá aos locais onde há equipamentos com defeito, para realizar a manutenção.
“Algumas vezes, o problema é de vandalismo. Outras vezes, há necessidade de troca de alguma peça. Importante ressaltar que os equipamentos passam por manutenção rotineiramente”, informou o texto.
Retornos
A BHTrans diz que tem feito a substituição de peças e equipamentos por materiais que têm menor atratividade, como plástico. O órgão destacou os prejuízos causados à sociedade. Em caso da falta de funcionamento do semáforo, a empresa orienta motoristas e pedestres a redobrar a atenção. Além disso, a solicitação de reparo pode ser feita pelo telefone 156 e prefeitura.pbh.gov.br/bhtrans.
A PM confirma que as áreas citadas possuem “reincidência” nos crimes contra o patrimônio. Para combater os furtos e depredações, a corporação faz patrulhamentos e conta com a ajuda da população. As pessoas podem denunciar a depredação por meio do telefone 190, e do Disque Denúncia, no 181. Já a Polícia Civil informou que as delegacias de área são responsáveis por investigar este tipo de crime, e que todas as ocorrências que chegam à corporação são devidamente apuradas. A Guarda Municipal afirmou que, ciente do problema, tem circulado com viaturas nos pontos mais críticos.
Leia Mais: