Taxistas voltam a fechar Afonso Pena em protesto contra o Uber

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
31/08/2016 às 07:35.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:37
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

Pelo segundo dia consecutivo, taxistas voltaram a protestar e fechar parte da avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte. O ato, que ocorre na manhã desta quarta-feira (31) em frente à prefeitura, é contra o aplicativo Uber.

De acordo a BHTrans, os manifestantes ocupam três faixas da via entre a rua da Bahia e avenida Álvares Cabral, no sentido Mangabeiras. Por causa do protesto, o tráfego está complicado em toda a área central da cidade.

Na tarde de terça-feira (30), os profissionais também interditaram parcialmente o trânsito na Afonso Pena exigindo que atuação do Uber seja fiscalizada na capital mineira. Na ocasião, chegaram a ser atendidos por um assessor da Secretaria de Governo. 

Teria ficado acordado que seria marcada uma reunião entre os taxistas e a BHTrans para discutir a situação. Entretanto, como uma data não chegou a ser agendada, os manifestantes fizeram novo ato na porta da prefeitura e afirmam que só vão deixar o local até que a reunião seja efetivamente marcada.

Imbróglio

As leis municipais 10.900/ 2016 – que trata exclusivamente sobre os aplicativos – e 10.309/2011– que visa coibir o transporte clandestino – foram julgadas inconstitucionais. De acordo com decisão do juiz da 2ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal, Rinaldo Kennedy Silva, o município não tem competência para legislar sobre transporte, o que cabe apenas à União.

Dessa forma, o decreto que previa a fiscalização de aplicativos como o Uber acabou ficando obsoleto, já que regulamentava uma lei considerada inconstitucional. A prefeitura recorreu da decisão e aguarda um posicionamento judicial. Enquanto isso não acontece, o próprio Executivo admite que não pode fiscalizar o uso do aplicativo em BH.Wesley Rodrigues/Hoje em Dia

Trânsito ficou complicado no Centro de BH por causa do protesto

Agressão

Os ânimos entre taxistas e parceiros do Uber estão cada vez mais acirrados na capital. A situação entre as partes se agravou após um prestador de serviço do aplicativo ter sido esfaqueado na noite da última segunda-feira em frente a um shopping, na região Nordeste da capital. 

Os autores da agressão seriam três taxistas, presos em flagrante. A briga teria acontecido após um acidente de trânsito. A vítima foi levada para o hospital com ferimentos no braço e uma grande confusão se formou entre as duas categorias.

Para repudiar a agressão, motoristas do Uber realizaram uma carreata na manhã de terça no centro de BH pedindo mais segurança para trabalhar. Horas depois, no fim da tarde, foi a vez dos taxistas protestarem.

Banco dos réusReprodução/Facebook

Passageiro foi agredido por três taxistas após chamar um motorista pelo aplicativo Uber

Segundo o Uber, o Tribunal de Júri da capital recebeu recentemente a denúncia de agressão contra um parceiro do aplicativo e três taxistas foram acusados pelo Ministério Público por tentativa de homicídio qualificado.

aconteceu em agosto do ano passado na avenida Cristiano Machado. 

Na época, uma jornalista relatou que o marido foi agredido por permissionários após sair de uma festa em um carro solicitado pelo aplicativo de carona paga. De acordo com ela, um taxista tentou impedir que o motorista do Uber desse a partida. Após conseguir sair, dois outros motoristas de táxi cercaram o veículo em que o casal estava e passaram a ameaçar os passageiros e o condutor.

Em meio ao bate-boca, um dos taxistas agarrou o marido da jornalista, que passou a ser agredido pelos outros dois condutores. O espancamento só terminou, de acordo com a mulher, quando uma viatura da Polícia Militar (PM) se aproximou do local.

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