(Flávio Tavares/Arquivo)
O porteiro Paulo Antônio da Silva ainda vai precisar esperar mais alguns dias para saber qual o valor da indenização por danos morais que irá receber por ter sido preso por engano no lugar de Pedro Meyer, conhecido como o "Maníaco do Anchieta".
No julgamento desta quinta-feira (29) do pedido de indenização solicidado pelo advogado dele, Júlio César Martins Dias, a Justiça manteve os R$ 172 mil por danos materiais aprovados na primeira instância. Mas houve divergência quanto aos R$ 2 milhões por danos morais. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o relator votou pela redução desse valor para R$ 1,5 milhão como propôs o recurso do Governo do Estado. Um dos desembargadores votou junto com ele e o outro votou por manter a decisão em primeira instância. Por isso, um novo julgamento deve ser marcado para definir esse valor. Mas a data ainda não foi definida.
Relembre
O porteiro Paulo da Silva é um dos sósias do bancário Pedro Meyer preso por engano. Ele chegou a ganhar em primeira instância os R$ 2 milhões por danos morais após passar mais de cinco anos preso por um crime que não cometeu, mas o Estado recorreu.
Paulo da Silva foi acusado do estupro de duas crianças no bairro Cidade Nova, na Região Nordeste de Belo Horizonte nos anos de 1994 e 1997, chegando a ser condenado a 30 anos de prisão.
Após investigações, a polícia chegou a Pedro Meyer, que confessou ter cometido os crimes atribuídos então ao porteiro além de outros estupros. Meyer foi preso em 2012, reconhecido por uma de suas vítimas. Com a prisão dele, além de Paulo Antonio da Silva, outro sósia também foi inocentado, Eugênio Fiúza, que chegou a ficar quase 18 anos atrás das grades por engano.
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