(Mariana Durães/Hoje em Dia)
A Polícia Federal afirmou que não existem irregularidades nas escutas telefônicas usadas no processo criminal que tornou rés 22 pessoas físicas e as empresas Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR. Para comprovar que a quebra de sigilo telefônico não ultrapassou 30 dias, período autorizado judicialmente, a PF protocolou, nesta quinta-feira (10), um ofício que demonstra os dados coletados durante o período. O documento foi enviado tanto para Justiça Federal, quanto para o Ministério Público.
"Não houve excesso, nem irregularidades nas investigações. Os prazos foram cumpridos conforme a lei", afirmou o delegado Roger Lima de Moura, que conduziu as investigações sobre o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana.
Essa foi a alegação da defesa do diretor-presidente licenciado da Samarco, Ricardo Vescovi, e do diretor-geral de operações, Kleber Terra, que levou à decisão de suspensão do processo pela Justiça Federal, em Ponte Nova, Zona da Mata mineira. O documento é do dia 4 de julho deste ano.
Os advogados de Vescovi e Terra ainda alegam que houve desrespeito à privacidade dos acusados, por dados fora do período requisitado. No entanto, Moura explicou que a própria Samarco entregou as informações que reuniam conversas dos executivos no chat interno da Samarco, à polícia espontaneamente, abrindo mão do sigilo.
Além dos dados fornecidos pela Polícia Federal, companhias telefônicas foram oficiadas pela Justiça, a pedido do MPF, sobre o esclarecimento das informações.
O acidente, ocorrido no dia 5 de novembro de 2015, destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e deixou um rastro de destruição em várias cidades do Leste de Minas e do Espírito Santo. Essa foi a maior tragédia ambiental e deixou 19 mortos. Por meio de assessoria, Samarco e Vale informaram que não vão comentar o assunto.
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