Procurado no Rio

Polícia acredita que Chapola, preso em BH, tinha ligação com traficantes na capital mineira

Pedro Faria
pfaria@hojeemdia.com.br
15/03/2023 às 13:32.
Atualizado em 15/03/2023 às 14:30
 (Redes Sociais/Reprodução)

(Redes Sociais/Reprodução)

Um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro, Marcos Vinicius Soares, conhecido como Champola, preso nesta terça-feira (14) no bairro Belvedere, região Centro-Sul de Belo Horizonte, mantinha ligações com traficantes da Região Metropolitana.

É o que acreditam os investigadores da Polícia Civil. Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (15), o Delegado do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), João Prata, disse que a sequência das investigações vai determinar o que Champola fazia na capital mineira. “É muito cedo para dizer, mas acreditamos que ele tem vínculo com traficantes aqui de BH. Agora que ele está preso vamos avançar para entender isso”, explicou. 

Esse vínculo pode ter relação com apreensões feitas pelas forças de segurança da capital de armas de grosso calibre. O delegado disse que existe uma relação entre traficantes dos dois estados e que Champola poderia se beneficiar disso. “O departamento já vem combatendo o aporte de material bélico na grande BH. No início das investigações, a gente viu grandes traficantes do Rio que traziam o material para Minas”, contou.

Chapola é um dos líderes do Morro do Dendê, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, e um dos chefes do grupo conhecido como Terceiro Comando Puro, uma facção criminosa extremamente violenta no estado fluminense. De acordo com o delegado, o traficante disse que vivia sob risco e queria mudar de vida em BH.

“Ele disse que veio para mudar de vida, para trabalhar em alguma empresa. As investigações apontam que ele estava vivendo como um cidadão de bem por aqui, como se tivesse nascido de novo, com documento falso, vivendo na região sul, uma região rica da cidade, mas sem atividade ilícita por enquanto”, disse.

Mesmo assim, Champola ainda não tinha um emprego e toda sua renda vinha do tráfico. “Como ele não trabalha licitamente, então todo seu dinheiro vem de origem ilícita. Ele ia procurar mudar de vida, mas até então se mantinha o dinheiro do tráfico”, explicou o delegado.

Ele tinha três mandados de prisão em aberto, por homicídio, tráfico de drogas e associação ao tráfico. Na casa dele, foram encontrados documentos falsos e quase R$ 4,3 mil. O traficante foi ouvido e aguarda para ser encaminhado para o sistema prisional.

“A Justiça carioca vai entrar em contato pedindo o remanejamento dele pro Rio de Janeiro. Aqui em Minas ele vai responder pelo documento falso encontrado na casa dele. É um documento aqui do estado com a foto dele e nome falso. Não sabemos se é um documento verdadeiro com dados falsos ou se é 100% falso”, disse João Prata.

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