(Lucas Prates/Hoje em Dia)
No gabinete de um vereador suspeito de participar de três crimes, agentes do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp) apreenderam, na manhã desta terça-feira (25), vários documentos, computadores, pen drives e mídias.
Responsável pelo caso, a Polícia Civil não divulgou o nome do parlamentar alvo da operação. No entanto, a Câmara Municipal confirmou que Léo Burguês (PSL), atual líder do governo na Casa, teve o gabinete vasculhado.
A polícia investiga a prática de "rachadinha" - quando funcionários devolvem parte do salário recebido -, corrupção e contratação de servidores fantasmas.
Ao deixar a sede do Legislativo municipal, o delegado Marcus Vinicius Lobo informou que detalhes da operação serão repassados posteriormente, durante uma coletiva de imprensa. O investigador apenas confirmou os materiais apreendidos que ainda serão analisados.
Mais tarde, em coletiva realizada na 1ª Delegacia de Repressão a Organizações Criminosas (1ª Draco), o delegado esclareceu que não poderia dar informações sobre as investigações, por causa de sigilo imposto pela Justiça. Ele confirmou apenas que a apuração teve início há um ano e estão sendo investigados um vereador e diversos funcionários da Câmara.
O vereador emitiu nota, se mostrando surpreso com a operação policial. "Foi com surpresa que recebi hoje de manhã na minha casa e na Câmara Municipal a visita de policiais civis. Não posso me manifestar sobre o motivo, por ainda ser desconhecido pra mim e meus advogados. Ressalto que todos os atos da minha vida são pautados pela licitude e honradez", afirmou Léo Burguês.
A Câmara Municipal informou que prestou todo o apoio à autoridade policial no cumprimento do mandado de busca e apreensão." A Câmara Municipal ainda esclarece que não possui informações sobre o andamento das investigações que correm sob sigilo", disse por nota.
Mesmo com o caso envolvendo o líder do governo na Câmara, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que mais uma vez não se manifestaria, como tem sido praxe em relação a investigações no Legislativo.
Suspeita
No total, a Justiça expediu 19 mandados de busca e apreensão. Além do gabinete na Câmara, as ordens foram cumpridas em outros pontos de BH e da região metropolitana.
Segunda vez
Essa é a segunda ação policial na Câmara de BH em menos de cinco dias. Na última sexta-feira (21), o gabinete do vereador Ronaldo Batista de Morais (PSC) também foi vasculhado por investigadores.
Os policiais que investigam o assassinato de Hamilton Dias de Moura, vereador de Funilândia, chegaram até o político da capital. Na ação, quatro pessoas foram presas.
Cassações
Em agosto do ano passado, o vereador Cláudio Duarte (PSL) teve o mandato cassado por unanimidade devido à prática de rachadinha. Foi o primeiro caso da história da Câmara, fundada em 1936.
Três meses depois, o parlamentar Wellington Magalhães (DC) também perdeu a cadeira após denúncia de tráfico de influência, ameaça a parlamentares, recebimento de propinas e fraudes em licitação.
* Com Cinthya Oliveira
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