(Pixabay )
Um cachorro, da raça boxer, foi detectado com o novo coronavírus em Belo Horizonte. Ele é de uma família com casos confirmados de Covid-19 e não apresentou sintomas até o momento. Este é o primeiro registro da doença em um animal na capital mineira.
A confirmação foi feita por meio de uma pesquisa, que conta com a participação do laboratório de Epidemiologia e Controle de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (ICB-UFMG). Também colabora nessa testagem o laboratório de Virologia Molecular, coordenado pelo professor Renato Santana de Aguiar, do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução do ICB.
Segundo o professor que coordena o projeto na capital, David Soeiro, os resultados do estudo reforçam a ideia de que os animais podem ser contaminados no convívio com os humanos, e não o inverso. Ele destaca a importância do uso da máscara de proteção do distanciamento dos bichos de estimação.
Na pesquisa são incluídos animais de companhia cujo tutor esteja em isolamento domiciliar, com diagnóstico laboratorial confirmado para SARS-CoV-2 por exame RT-qPCR ou resposta imunológica apenas por IgM (caracterizando doença ativa), até sete dias da data do diagnóstico.
"Os tutores ou familiares voluntários recebem um termo de consentimento livre e esclarecido, e questionário de televigilância, a fim de determinar as características ambientais e outros fatores associados à infecção nos animais", explica o professor. Para análise da transmissão de SARS-CoV-2 entre humanos e animais, são coletadas amostras biológicas com intervalo médio de sete dias. Os resultados dos testes são informados aos tutores através de contato telefônico e pela emissão de laudo eletrônico, que será enviado por e-mail ou aplicativo de comunicação.
No Brasil, 11 casos de Covid-19 já foram confirmados em animais. Além do cachorro em Belo Horizonte, foram infectados um gato (Cuiabá), quatro cães e um gato (Curitiba), dois gatos (Região Metropolitana do Recife) e um cão e um gato (Campo Grande). Todos os casos foram notificados aos órgãos oficiais, como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Organização Mundial de Saúde Animal.