(Divulgação)
A velocidade de deformação em alguns pontos do talude norte da cava da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, região Central de Minas, chegou a 21,5 cm/dia, no fim da tarde desta segunda-feira (27). Na porção inferior do talude, a velocidade da deformação é de 18 cm/dia.
A queda do talude pode acontecer a qualquer momento, de acordo com a Defesa Civil do Estado, mas existe uma possibilidade de que essa situação não provoque um grande abalo sísmico, que poderia interferir na estrutura da barragem Sul Superior, localizada a 1,5 km da mina.
Como a deformação progressiva do talude não acontece da mesma maneira em diferentes pontos do paredão, existe uma possibilidade de que haja um carreamento de terra para dentro da cava e uma acomodação do material, evitando assim um rompimento brusco. A informação foi confirmada pelo responsável pela Defesa Civil em Barão de Cocais, major Marcos Pereira.
A Vale havia feito um prognóstico de que o talude iria se romper até sábado (25), o que não aconteceu. A Defesa Civil prefere não trabalhar mais com datas e apenas com a informação de que a queda pode acontecer a qualquer momento.
Preparo
Mesmo que haja a possibilidade de uma acomodação do material do talude após uma queda, a Defesa Civil do Estado está preparada para agir, caso haja rompimento da barragem Sul Superior, que está no nível 3 desde março – ou seja, com risco iminente de rompimento.
Caso a barragem se rompa, os moradores da região central de Barão de Cocais terão menos de uma hora para deixarem suas casas e procurarem um dos sete pontos de encontros, localizados nos pontos mais altos da zona urbana. Depois a lama seguiria até rios da região, afetando também bairros de Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo. Assim como aconteceu na tragédia em Mariana, mais uma vez o rio mais atingido seria o Doce.
A Vale reforçou que adotou todas as medidas preventivas em Barão de Cocais, desde o dia 8 de fevereiro, com o objetivo de assegurar a segurança dos moradores da região. Além da retirada preventiva dos moradores da Zona de Autossalvamento, a Vale disse que apoiou as autoridades na realização de simulados e na preparação das comunidades para todos os possíveis cenários, com equipes de prontidão permanentemente.
“Tanto o talude da mina de Gongo Soco como a Barragem Sul Superior estão sendo monitorados 24 horas por dia e as previsões sobre deslocamento de parte do talude, revistas diariamente. A Vale reforça que não há elementos técnicos que possam afirmar que o eventual deslizamento de parte do talude poderia desencadear a ruptura da barragem. Mesmo assim, reitera que todas as medidas preventivas foram tomadas e segue à disposição das autoridades para prestar todo apoio possível”, disse a mineradora.