Tarifa de ônibus deve render primeiro embate entre 'nova' Câmara e PBH
Presidente da Casa, Juliano Lopes planeja articular com colegas a derrubada do decreto que reajustou a passagem na capital para R$ 5,75
Juliano Lopes assumiu o comando da Câmara com o aval de 23 dos 41 vereadores (Fernando Michel)
Eleito presidente da Câmara de Belo Horizonte por 23 dos 41 vereadores empossados dia 1º no Legislativo, Juliano Lopes (Podemos) já anunciou o que deve ser o primeiro embate com o Executivo na atual legislatura: o reajuste da passagem de ônibus na capital. Em vigor desde quarta-feira, a nova tarifa está em R$ 5,75. Em entrevista logo após assumir o comando da Mesa Diretora, Lopes disse que vai se reunir com os demais parlamentares para tentar derrubar o aumento.
“Vamos tentar cassar o decreto do prefeito”, disse Lopes, alegando que a alta de quase 10% aconteceu apesar do repasse de subsídio, pelo município, às empresas de ônibus. O Hoje em Dia questionou a PBH se irá se manifestar sobre o caso, e aguarda retorno.
Na eleição para a Mesa Diretora, Lopes derrotou Bruno Miranda (PDT), candidato do prefeito Fuad Noman (PSD) - o pedetista obteve 18 votos dos colegas.
Mesmo prometendo “conduzir a Câmara Municipal de forma independente e harmônica” em relação ao Executivo, e agradecendo o telefonema de parabéns que recebeu de Fuad logo após a eleição, Lopes não poupou críticas aos adversários políticos, chegando a chamar o vice-prefeito Álvaro Damião de “pateta maior”. Procurado na quarta-feira, Damião, que era colega de parlamento de Lopes até 31 de dezembro, não comentou a fala.
Lopes tem o apoio de Marcelo Aro, secretário de Estado da Casa Civil do governo Zema, nome bastante influente no Legislativo da capital. Está no quarto mandato como vereador, é professor e foi vice-presidente no mandato de Gabriel Azevedo (MDB) à frente da CMBH. Os dois romperam.
A chapa encabeçada por Lopes terá Fernanda Altoé (Novo) como 1ª vice-presidente; Flávia Borja (DC) como 2ª vice-presidente; Pablo Almeida (PL) como secretário geral; Wagner Ferreira (PV) como 1º secretário; Wanderley Porto (PRD) como 2º secretário.
A Mesa Diretora é formada por seis vereadores. As eleições ocorrem a cada dois anos e a composição atende, quando possível, a participação proporcional dos partidos políticos representados na Casa.
Cabe à Mesa Diretora aprovar a proposta de orçamento anual da Câmara, emitir parecer sobre determinados projetos, como os que alteram Regimento Interno da Casa, autorizar o prefeito a se ausentar da cidade e aplicar penalidade a vereador.
O prefeito Fuad Noman não esteve presente na cerimônia de posse. Por recomendações médicas, ele participou de forma virtual.
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