Teste de vacina contra a Covid-19 abrange voluntários fora da área da saúde

Renata Galdino*
@renatagaldinoa
05/10/2020 às 17:04.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:43
 (Pixabay)

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A Faculdade de Medicina da UFMG começa, na próxima semana, a testar a vacina contra a Covid-19 que está sendo desenvolvida pela Johnson & Johnson. Em Minas Gerais, 2 mil pessoas vão participar da fase 3 da pesquisa que, diferentemente da outra em andamento na capital, a da chinesa Coronavac, abrange quem não é da área da saúde.PixabayPelo menos 160 vacinas contra a Covid-19 são estudadas em todo o mundo

O imunizante da empresa internacional é conhecido como Ad26.COV2.S. Ele utiliza como vetor um adenovírus humano, sem capacidade de replicação, onde se insere o material genético do novo coronavírus. Segundo os responsáveis pelos estudos, uma dose é suficiente para proteger contra a Covid-19.

Os estudos estão na fase 3. Isso significa que a vacina já foi avaliada nos quesitos de segurança e imunogenicidade (capacidade de gerar respostas) em voluntários sadios. Aprovada nesta última etapa, poderá obter o registro junto às agência reguladoras e ser aplicada na população. 

Processo

A testagem da candidata da Johnson & Johnson deve abranger 60 mil voluntários na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, África do Sul e Estados Unidos. Por aqui, serão sete mil pessoas nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Rio Grande do Norte.

Para fazer parte do ensaio clínico, é preciso ter mais de 18 anos. Não há limite de idade máxima. Os candidatos já podem se inscrever neste link

De acordo com a Faculdade de Medicina, os inscritos serão divididos em grupos, conforme as etapas da pesquisa. A expectativa é a de que, inicialmente, a vacina seja aplicada nos candidatos sem doenças prévias, em grupos com menos ou mais de 60 anos. 

Após constatada a segurança do produto, será dado início à segunda fase. Nessa etapa, os alvos serão voluntários da mesma faixa etária com alguma comorbidade, como obesidade, problemas cardíacos, hipertensão arterial etc.

Ainda segundo a Faculdade de Medicina, os participantes serão divididos por sorteio entre aqueles que recebem placebo ou o imunizante. Ninguém irá saber qual substância foi aplicda.

Todos serão acompanhados por 24 meses e, após a confirmação da eficácia da vacina, os voluntários que receberam o placebo serão prioritários na distribuição da vacina efetiva.

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