(Pixabay/Divulgação)
Um dos avanços mais significativos na medicina reprodutiva é, sem dúvidas, o transplante de útero. Uma a cada 4 mil mulheres nasce sem o órgão no mundo, que é essencial para a gestação de um bebê.
A indicação para a cirurgia é muito restrita, descreve Edmundo Baracat, professor titular de ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). “Esta não é a primeira nem a segunda opção para mulheres que nasceram sem útero e querem ter filhos. A primeira é o útero de substituição, quando uma familiar gesta o embrião e, a segunda, a adoção”, explica.
O transplante pioneiro ocorreu na Suécia, há cerca de 10 anos. Naquela época, foi uma doadora viva quem cedeu o órgão. No Brasil, esse tipo de cirurgia começou a ser realizado em 2016 e, recentemente, nasceu o primeiro bebê gerado em um útero transplantado de uma doadora morta. O fato ocorreu no Hospital das Clínicas de São Paulo.
“É uma técnica viável, tanto de doações in vivo ou post mortem, com possibilidade de ocorrer nascimento”, diz o ginecologista João Pedro Junqueira Caetano, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, que promoveu conferência sobre o assunto durante congresso em Belo Horizonte, na semana passada.
Apesar do aprimoramento da técnica, nos últimos anos, é preciso entender que, para o processo, há diversos fatores a serem levados em consideração, expõe o médico Edmundo Baracat.
“A mulher precisa ter congelado previamente os embriões, no mínimo oito com qualidade. Deve gozar de saúde, não sendo diabética ou hipertensa. Além disso, é interessante que a cirurgia seja feita dentro do período reprodutivo, preferencialmente até os 35 anos”, explica.
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