Outro tema discutido durante a reunião foi a possibilidade de criação de pontos de apoio a motoristas que rodam pela plataforma para que possam, por exemplo, usar o banheiro (Divulgação)
O Uber está mudando, gradativamente, a forma de exibição do valor da corrida. O preço estimado e a tarifa dinâmica vão ser extintos e darão lugar ao chamado "preço pré-definido". Assim, em vez de informar que o valor pode variar, por exemplo, entre R$ 25 e R$ 30, o app vai cravar a taxa: R$ 26,20. A novidade, porém, não é vista com bons olhos pelos órgãos de defesa do consumidor, que alegam falta de transparência na nova forma de tarifação. "O consumidor pode ser lesado", lamenta Maria Lúcia Scarpelli, coordenadora do Procon Municipal de Belo Horizonte.
A mudança, por enquanto, está em vigor somente em São Paulo e nas corridas do Uber "Pool" do Rio de Janeiro. Não há previsão para o "preço pré-definido" chegar à capital mineira.
Sem tarifa dinâmica
Além da abolição do valor estimado, no novo sistema também não será mais exibida a notificação da tarifa dinâmica, com multiplicador de 1.2 ou 1.5, por exemplo, quando demanda está alta. O cálculo da corrida será feito pela própria empresa e a taxa pré-definida exibida no momento do chamado. Neste caso, antes que o passageiro confirme a viagem, o Uber emitirá um aviso dizendo que a tarifa está mais cara devido à demanda. Em todos os casos, cabe ao consumidor aceitar ou não o valor e fechar o serviço.
A empresa explica que a nova ferramenta irá facilitar a vida do usuário, já que ele não precisará mais realizar o cálculo do indexador de preço para saber quanto ficará a corrida e saberá o valor exato do serviço.
Prejuízo para o consumidor?
O Procon Municipal de Belo Horizonte, porém, critica as alterações no app. Scarpelli acredita que o consumidor será lesado e que a taxa sempre será "para mais'. "Obviamente está embutido um valor adicional. A tarifa dinâmica, que antes existia em alguns momentos, passa a ser generalizada. É uma forma de dar aumento disfarçado", opina.
Já a supervisora institucional da Proteste, Sônia Amaro, avalia que o "preço pré-definido" irá diminuir a transparência. "Essa alteração está indo na contramão dos direitos do consumidor, de tudo aquilo que o consumidor esperava do Uber", diz.
Para ela, os usuários do aplicativo devem se mobilizar e fazer uma campanha nas redes sociais para que a mudança não seja estendida para outras cidades, como BH, e que volte a funcionar da forma antiga nos locais em que já ocorreram as alterações.
Outro problema relatado pela coordenadora do Procon de BH é com relação à falta de diálogo com a empresa. "Já recebemos três reclamações, mas o Procon não tem como questioanar. Eles estão completamente soltos no mercado", relatou Scarpelli, lembrando que o serviço não é regulamento em BH.
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