Modelo matemático pode ser a principal ferramenta para decisão de tratamento adequado para doença
(Fiocruz/Divulgação)
Uma calculadora em desenvolvimento na Faculdade de Medicina da UFMG é capaz de estimar a probabilidade de óbito para pacientes com febre amarela. O aparelho utiliza um modelo matemático com as informações laboratoriais do doente. A tecnologia é essencial para definir os tratamentos mais adequados, aponta tese defendida no Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Cirurgia e Oftalmologia.
Autora do estudo, a pesquisadora Carolina Lins reforça que os cálculos auxiliam o médico na tomada de decisão. As informações do paciente, como idade e os exames ajudam a calculadora a gerar uma porcentagem, alertando o médico sobre o prognóstico. “Surgiu a necessidade de algo que determinasse a tomada de decisão, se for necessário o transplante de fígado, qual o paciente e quando será feito”, acrescenta.
O trabalho foi feito por análise dos prontuários de 273 pacientes do Hospital Eduardo de Menezes em 2017, buscando entender quais eram os fatores compartilhados pelos doentes que evoluíram mal. Os resultados da pesquisa serão publicados nas próximas semanas e fazem parte do doutorado de Carolina Lins, orientado pela professora Wanessa Trindade Clemente.
O modelo matemático será testado em outras regiões para validação, uma vez que os dados utilizados são de casos exclusivamente de Minas.
Febre amarela
A febre amarela é uma doença viral aguda, transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, atingindo principalmente o fígado e causando uma insuficiência hepática. O vírus circula no ambiente silvestre.
Há cinco anos, Minas ficou em alerta máximo contra a febre amarela. Foram mais de 80 mortes entre julho de 2017 e junho de 2018.
“A cobertura vacinal era muito baixa na época, e essa é a única forma de prevenir a doença, que a princípio não tem tratamento”, aponta a pesquisadora.
Atualmente, a vacina é produzida no Brasil, indicada em todo território brasileiro para aqueles com mais de nove meses, de forma gratuita. Segundo a doutora, em vários casos as pessoas tomavam a vacina tardiamente, isto é, muitas vezes já estavam infectadas quando buscavam a primeira dose. “Ela tem um tempo de 10 dias para se tornar imunizada após a vacinação. Após o surto de 2017 a imunização aumentou e milhares de doses foram aplicadas”, conta.
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