Nota 1.000

Única aluna de escola pública a obter pontuação máxima na redação do Enem sonha em cursar Medicina

Estudante do Colégio de Aplicação da UFV, Samille Leão Malta ficou surpresa com o desempenho na prova

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
14/01/2025 às 18:34.
Atualizado em 14/01/2025 às 18:57
Samille Leão Malta (Arquivo pessoal)

Samille Leão Malta (Arquivo pessoal)

Em 2020, aos 16 anos, Samille Leão Malta saiu de Virginópolis, no Vale do Rio Doce, para estudar no Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (CAp-Coluni), considerado um dos melhores do país. Após quatro anos de muita dedicação, a jovem colhe os frutos. A mineira foi a única estudante de uma escola pública a tirar 1.000 na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024. Outros 11 brasileiros - dentre eles outro mineiro - também alcançaram a nota máxima.

A pontuação surpreendeu Samille, que estava na academia na manhã dessa segunda-feira (13), quando a mãe ligou dizendo: “filha, você é nota mil”. Ela tinha ido malhar justamente para conter a ansiedade. “Eu esperava ter ido bem, mas a nota na redação foi uma surpresa, porque sempre fui melhor em exatas”. 

A redação nota mil foi resultado de muito estudo. “Eu tinha dificuldades em me expressar, fiz cursinho de redação, aprendi as fórmulas, mas o que me valeu muito foi o conteúdo que aprendi nas aulas de história, geografia e outras matérias. Aprendi a sentir o tema, a refletir sobre ele e a ter senso crítico sobre as coisas da vida. Isso fez a diferença na minha redação”.

Foi justamente relembrando as aulas de história sobre a escravidão no Brasil e a visão crítica sobre o racismo e os valores multiculturais, discutidos em muitas matérias, que Samille fechou o tema "Desafios para a valorização da herança africana no Brasil", proposto para o Enem.

“Infelizmente no Brasil as escolas não mostram que muitos de nossos hábitos vêm da cultura africana e nem os governos valorizam as tradições, as crenças e as manifestações artísticas da cultura negra”, escreveu na redação.

Com a nota mil obtida e o desempenho em outras matérias, Samille acredita que está muito perto de entrar para o tão sonhado curso de Medicina. “Ainda não sei onde vou estudar, vai depender das notas do Sisu, mas com certeza, será numa universidade pública tão boa quanto a UFV. Agora eu só posso dizer que estou muito feliz”, destacou Samille, que também falou sobre o CAp-Coluni. 

“Era um sonho passar no Coluni, não apenas por ser a melhor escola pública do país, mas também pelos eventos, gincanas e jogos que eu conhecia pela fama”. Lá, a jovem fez amigos e aprendeu a estudar de uma forma diferente. 

“O ambiente do colégio, por estar dentro de uma universidade, transforma a maneira de vermos a rotina de estudos. Nós estudamos e aprendemos o tempo todo, não apenas na sala de aula, mas no dia a dia da escola, às vezes até sem perceber que estamos aprendendo”, afirma.

* Com informações da assessoria de imprensa da UFV

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