(Reprodução/Instagram )
O Mundial de Judô, que está sendo realizado no ginásio Nippon Budokan, em Tóquio, no Japão, teve nesta quinta-feira o seu quinto dia de disputas e mais uma vez o Brasil teve um desempenho ruim nos tatames. Os médios Maria Portela (70kg) e Rafael Macedo (90kg) derrotaram os seus primeiros adversários e avançaram para a segunda fase de suas chaves. Na segunda rodada, no entanto, despediram-se precocemente da competição.
Até o momento, o Brasil só conquistou uma medalha de bronze. Foi com Rafaela Silva, campeã olímpica dos Jogos do Rio-2016, na última terça-feira. Nesta sexta, as esperanças estão depositadas em Mayra Aguiar, que na categoria 78kg (meio-pesado) tentará se tornar a primeira tricampeã mundial do judô brasileiro, tanto no feminino quanto no masculino. Leonardo Gonçalves e Rafael Buzacarini também entrarão no tatame.
Maria Portela, que é a atual número 6 do mundo, chegou ao Mundial como cabeça de chave e derrotou com autoridade a croata Barbara Matic na estreia. Projetou para pontuar um waza-ari e, na transição ao solo, imobilizou a adversária por mais 10 segundos para assegurar uma vaga nas oitavas de final. Na luta seguinte, a brasileira encarou a francesa Margaux Pinot, campeã europeia, buscou ataques, mas ficou pressionada por duas punições sofridas no tempo regulamentar. Portela ainda conseguiu fazer Pinot sofrer uma punição, mas a francesa derrubou a brasileira, marcando o waza-ari vencedor no "golden score".
"Eu conheço muito bem essa francesa e acho que busquei muito mais a luta do que ela. Mas, é do esporte. Tem dias que as coisas não dão certo. Eu fiz o que poderia ter feito, mas não consegui andar na competição", avaliou Maria Portela.
Rafael Macedo enfrentou um chinês na primeira rodada e por muito pouco não liquidou o combate com um ippon. O golpe entrou potente, mas Hebilige Bu conseguiu girar o corpo o suficiente para pontuar um waza-ari para o brasileiro. Macedo manteve a postura e segurou a vantagem para avançar na chave.
Em seu segundo combate, o brasileiro mediu forças contra o britânico Max Stewart e foi surpreendido por um waza-ari a menos de 30 segundos do final da luta. Ele ainda tentou uma reversão do golpe, mas a arbitragem de vídeo validou o ponto para o britânico.
"A competição está em altíssimo nível, não tem luta fácil e está todo mundo muito bem preparado. Acredito que essa luta com o britânico estava muito travada, difícil acertar o jogo. Na hora que ele entrou eu fiz um movimento para tentar um contra golpe, mas a arbitragem interpretou que foi iniciativa dele", explicou Rafael Macedo. "Agora é seguir em frente para tentar voltar aqui ano que vem e buscar uma medalha".
BRASILEIRA DE PORTUGAL - Naturalizada portuguesa em janeiro deste ano, a brasileira Bárbara Timo conquistou nesta quinta-feira a medalha de prata no Mundial. Na decisão, ela enfrentou a francesa Marie-Éve Gahié, atual número 2 do mundo, que ganhou por ippon no minuto inicial.
Sua campanha em Tóquio foi excepcional. Depois de bater Enkchimeg Tserendulam, da Mongólia, e Roxane Taeymans, da Bélgica, derrotou ninguém menos que a japonesa Chizuru Arai, atual bicampeã mundial e melhor do mundo em seu peso, causando espanto dos locais. Nas quartas de final, ganhou da holandesa Van Dijke e, nas semifinais, venceu a francesa Margaux Pinot.
Outro "representante" do judô brasileiro também foi ao tatame. O congolês Popole Misenga, que desde 2013 vive como refugiado no Brasil e treina no Instituto Reação, no Rio de Janeiro, foi convidado pela Federação Internacional de Judô (IJF, na sigla em inglês) para lutar sob a bandeira do Time de Refugiados Olímpicos, assim como no Rio-2016.
Em sua primeira luta no Mundial, Popole encarou o italiano Matteo Marconcini e desistiu do combate após a chave de braço aplicada pelo adversário.
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