Mesmo com ação judicial, Cruzeiro nega contato com a BWA e garante jogos no Mineirão

Felippe Drummond Neto
fneto@hojeemdia.com.br
25/05/2016 às 16:45.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:36
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

O Cruzeiro entrou com ação na Justiça na tarde desta quarta-feira (25), contra o consórcio Minas Arena, que administra o estádio Mineirão, pedindo a rescisão do contrato entre as duas partes. Segundo o advogado que representa o clube no caso, Felipe Cândido, a concessionária é acusada de descumprir várias cláusulas contratuais.

 “Eles desobedeceram vários itens do contrato de sócio, por exemplo, ao não disponibilizar datas de jogos previamente marcados em quatro oportunidades. Pelo contrato, caso isso acontecesse, a Minas Arena teria que pagar uma multa de R$ 2,5 milhões ao clube. Ou seja, apenas com este problema, já seriam R$ 10 milhões que eles não pagaram”, afirma Cândido.

 O defensor argumenta ainda que o Cruzeiro teria sido lesado pela falta de organização da Minas Arena. "Estamos pedindo ainda dano moral referente à reinauguração do Mineirão, quando várias falhas da administradora acarretaram em mais de 400 ações de torcedores contra o Cruzeiro”, revela.

 Outra acusação é a de dano moral. “Diversos motivos nos levaram a tomar essa decisão. Eles desrespeitaram a imagem do Cruzeiro como instituição, por exemplo, quando em um clássico contra o Atlético, na final do Campeonato Mineiro de 2013, com mando do Cruzeiro, colocaram para tocar nos autofalantes o hino do Atlético”, exemplifica.

 Para Cândido, uma condenação da Minas Arena, além da quebra do contrato, renderia ao Cruzeiro algo próximo de R$ 25 milhões. Isso porque a concessionária também é acusada de "abuso" na comercialização de ingressos mais baratos em relação aos vendidos pelo clube.

“Segundo havia sido estabelecido, eles (consórcio) poderiam vender os ingressos que detêm por um valor 20% acima do ingresso mais caro do Cruzeiro no anel superior. Infelizmente, eles desobedeceram isso em mais de 40 ocasiões. E, hoje, ainda anunciaram a venda de cadeiras cativas por R$ 50 por mês, o que fere gravemente o acordo”, acrescenta.

 Independência?

 Apesar do impasse, o advogado faz questão de tranquilizar o torcedor sobre a realização das partidas no Gigante da Pampulha. "A possível rescisão com a Minas Arena não impossibilita que o Cruzeiro siga mandando seus jogos no Mineirão. Neste caso, como não teria um contrato com a concessionária. Precisaríamos só da liberação do Governo do Estado, que tem direito a 66 datas anuais no estádio para ser utilizadas para partidas de futebol, previstas no edital. Assim, faríamos as partidas nos mesmos termos que o Atlético tem para utilização do estádio".

 Por fim, o defensor nega que a diretoria do Cruzeiro tenha procurado a BWA, que administra o Independência e tem sociedade comercial com o Galo. "Claro que, com a remota hipótese de o clube não poder utilizar o Mineirão, teríamos que viabilizar outro estádio, de preferência em Belo Horizonte. Mas desconheço essa informação", conclui.

A Minas Arena ainda não se pronunciou sobre o assunto. A assessoria de imprensa da concessionária informou que divulgará uma nota oficial nas próximas horas.

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