(Evandro Rodney/Arquivo Secult/Divulgação)
As riquezas, a tradição e a harmonia da cultura e do turismo em Minas Gerais contaram com criatividade e esforço coletivo para fazerem frente à pandemia. Poucos setores foram tão afetados pela crise que se arrasta por este ano de 2020. Por outro lado, o cenário levou os dois setores a encontrarem força e apoio para se reinventarem, mantendo a trajetória exuberante construída ao longo de 300 anos.Evandro Rodney/Arquivo Secult/Divulgação
“O turismo e a cultura foram muito afetados, porque são setores que têm a possibilidade de levar a gente para a rua. O turismo até mais. Acho que foi o mais impactado, porque a cultura se reinventou, de certa forma, nas lives”, pondera o secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, que assumiu o cargo em maio, em pleno avanço do novo coronavírus.
Oliveira explica que, no caso do turismo, uma das alternativas oferecidas para apoio financeiro é o Fungetur, buscado pelo Estado junto ao Ministério do Turismo, que permite ao BDMG liberar linhas de crédito ao setor. Dos R$ 400 milhões disponibilizados, R$ 180 milhões já foram contratados por empresas de turismo do Estado, diz o secretário, lembrando que outros R$ 220 milhões continuam disponíveis.
“Logo que cheguei, no meio da pandemia, conseguimos, em dez dias, estruturar o projeto Arte Salva, por meio do qual entregamos, até agora, mais de 600 toneladas de alimento. Naquele momento, a preocupação, sobretudo da cultura e dos guias de turismo, que ficaram sem nada, era realmente a gente distribuir alimentos e também fazermos editais”, completa o secretário.
No que se refere ao setor turístico, Oliveira fala que ocorreu, paralelamente a uma estruturação – “a partir de muita conversa com o trade turístico, monitorado o tempo todo com o nosso observatório do turismo, que foi nos dando índices mês a mês, por exemplo, da taxa hoteleira” –, a implantação do projeto Minas para Minas. O secretário informa que, em junho, a taxa de ocupação dos hotéis do circuito turístico mineiro chegou a 12%.
“Hoje, chegamos a 36% na capital e, no interior, dentro da nossa regra de ocupar 50%, foram ocupados 100%, no Projeto Minas para Minas, que tem um investimento de R$ 3 milhões. O projeto funcionou muito mais, além do recurso, mas para nos alinhar com o trade”, acredita. Leônidas Oliveira aponta que o trabalho integrado do setor com a secretaria levou a uma movimentação que sinaliza hoje para uma faixa de 90% de ocupação nos destinos turísticos do interior do Estado.
Para a capital, cuja vocação sempre foi voltada ao turismo de negócios, Oliveira revela que foram buscadas parcerias com o setor privado e, a partir de um diagnóstico da região metropolitana, na semana passada, foi decidido trabalhar para transformar BH num hub de turismo diversificado, incluindo, por exemplo, o de aventura.
Arte sem fronteiras
Uma das mais fortes aptidões do Estado, a cultura – emoldurada em fortunas imateriais como o patrimônio arquitetônico e artístico das cidades históricas e da capital; as festas que reúnem religiosidade e musicalidade; e a gastronomia reconhecida ao redor do mundo –, buscou fôlego, assim como o turismo, durante a pandemia, em alternativas como o projeto Arte Salva, com edital aberto aos mais diferentes setores, como o de museus.
O programa contemplou, ainda segundo o secretário de Estado de Cultura e Turismo, 800 artistas, que receberam R$ 1,9 mil por cada live veiculada. “Fizemos esse edital para incentivar e para não deixar as pessoas sem uma renda básica”, definiu. O Arte Salva, que reúne 60 parceiros da iniciativa privada e da sociedade civil, permitiu, entre outras ações, a estruturação de 40 lives voltadas para a arrecadação de alimentos.
Outro apoio apontado por Oliveira foi a Lei Aldir Blanc, por meio da qual mais de 500, dos 853 municípios mineiros, estariam distribuindo, a fundo perdido, R$ 300 milhões para o setor cultural no Estado.
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