Ministro afirma que é favorável ao reajuste gradual do metrô, mas diz que decisão cabe à CBTU

Liziane Lopes e Cinthya Oliveira
llopes@hojeemdia.com.br
09/05/2018 às 14:14.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:44
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Esteves Colnago, afirmou, nesta quarta-feira (9), que é favorável ao reajuste da tarifa do metrô de forma escalonada e não com a aplicação da correção de uma vez, ou seja, com 88% de aumento já a partir desta sexta-feira (11), como anunciado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). A tarifa passará de R$1,80 para R$ 3,40.

Nessa terça (8), o ministro se reuniu com parlamentares, entre eles o deputado federal Domingos Sávio (PSDB), que sugeriu um reajuste de forma gradativa. “Há um desequilíbrio entre os custos do metrô e as tarifas que vêm sendo cobradas. É um erro antigo porque as tarifas não foram corrigidas adequadamente. É preciso ter um planejamento e não jogar a conta nas costas do trabalhador de uma vez. O reajuste deve acompanhar a inflação e ser feito ao longo de vários anos”, declarou o deputado. 

Durante a conversa com parlamentares, o ministro destacou que duas condições são fundamentais para o reajuste: manter o realinhamento  dos preços, pois as tarifas estão desalinhadas, e discutir uma solução estrutural para a companhia com projeto de concessão.

O ministro informou ainda que não se trata de uma decisão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão,  que é preciso um diálogo em conjunto com Ministério das Cidades, o Conselho de Administração da empresa, com a participação do Ministério do Planejamento. Mas que a decisão cabe ao Conselho da CBTU.

O Ministério da Cidades informou também que "cabe ao Conselho de Administração da empresa a aprovação do aumento das tarifas, bem como a determinação da data de sua implantação. O reajuste tarifário deverá levar em consideração o IPCA acumulado desde o último aumento", esclareceu em nota.

Procurada, a CBTU reafirmou o aumento para sexta-feira. A justificativa é diminuir a dependência do Governo Federal para melhorar o serviço. Segundo o órgão, em BH, essa dependência é de 88% e com aumento da passagem cairia para 40%.

Além de Belo Horizonte, as passagens sobem também em Recife, João Pessoa, Natal e Maceió.

Justificativa

No início da semana, a CBTU justificou que "em João Pessoa, Maceió e Natal as tarifas estão congeladas há 15 anos; em Belo Horizonte há 12 anos; e em Recife há seis. Com isso, a receita obtida pelo serviço de transporte metroferroviário não evoluiu de forma compatível com o aumento de seus custos, sendo necessária aplicação do presente reequilíbrio financeiro". 

A CBTU ainda esclareceu que o Conselho de Administração da Companhia (Conad) seguiu as orientações do Ministério do Planejamento, aprovando a recuperação parcial das perdas inflacionárias.

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